4 de out. de 2006

E eu acordei entre 1920 e 33. E a lei seca corria solta. Era mulher como hoje, mas escondendo entre coxa e meia calça a arma de sempre. Carregada.
O carro, preto como sempre, mas com prateados e faróis redondos. E sacos pardos, milhões deles, jogados pelo banco de trás.
O sotaque da minha língua amortecida pela bebida caseira era mais pra lá.
Eu dominava as fronteiras, o país, que não era meu, mas quando eu acordei em 25, creio, era.
E com o vestido vermelho como os lábios de batom e as unhas carmim, as minhas.
Meus cabelos ruivos, como tudo, eram presos num coque. Um cabelo bem feito e alto na cabeça, com fios encaracolados caindo na cara de gângsta.
Caminhos meus e secretos, pelos quais homens de terno preto, como sempre, desviavam as atenções com grana, bombas e tiros. E eu, com o chapéu um pouco mais escuro, passeava doce e livremente.
Vendia, comprava, fabricava. E, lá por 34 viajei de navio. Pra nunca mais.
Virei loira, ´pois morena e cá estou, contando essa história em forma de alucinação.
Sim, meu produto tinha, sempre teve, muita qualidade.

3 comentários:

katia disse...

E que qualidade!!!independente da cor que possa estar o teu cabelo,sou tua admiradora rsrsrs...
P.S o meu cabelo sempre ta com uma cor diferente,tbm ja fui loira,ruiva...kkkk
beijo e ate a proxima postagem...

Marcela Barbosa disse...

Amada, assim vou pensar que você é a minha mãe? Um quê nipônico, loiro e tals, toques corujescos, que tale? :)
Um beijo!

katia disse...

adorei o corujesco!!! tu não sabes ,mas sou de fato muito coruja com os meus...e com aqueles que acabo agregando no peito...um bjo pra ti tbm.