
E por morrer aos poucos, como todos, dá-me uma vontade de viver mais. E é isso que faço. Acordada, não durmo. Em pé, trabalho.
Um ritmo que não sei por quanto tempo suportarei, digo eu, mas é o físico que me preocupa.
Meu gênio da lâmpada é daqueles bem burros, ou radicais. Sim, deve ser xiita, o puto.
Quando falei que queria me matar de trabalhar, era força de expressão. Mas ele não entendeu assim, ok. Paciência: aqui se faz, mas se paga no caixa.
Mas não posso reclamar de tudo não. Tem a parte boa disso: a da casinha. Minha e minha. Uma idéia cada vez mais próxima e cada vez mais definida.
Essa e a outra. A de trás dos montes, mas as rodas só giram em julho de 2007, então tenho longos nove meses para ficar por essas bandas. Ainda falta para a minha turnê nascer.
(...)
Não há razões para desenhos infantis. Não mais. A moça caminha no meio da rua sem ler o que vê nos muros, nas falas, nas placas. Encapa´cidade e sai correndo e sem roupa de baixo a postar-se em frente à parede.
E relembra que suas verdades são universais e, portanto, verdades somente, sem pronome por perto. Como tudo que é seu. Digo, como tudo.
(...)
Um dia bonito. Foi isso que foi. Mas não um dia só, foi mais que um. Mas o sol que fez hoje, e o raibã que eu ganhei no casamento da minha amiga, me fizeram ver uma bola de fogo mais temperada. E triste.
Acordei cedinho, como sempre é (menos quando perco o sono), e achei que faria frio. Às treze horas, fui ver a amiga no café e eis que me derreti na avenida. Talvez por sim, talvez por não. Nem o sol, ou a fome, mas a gata que sumiu e até agora nada dela.
Saiu de madrugada pela porta que eu mesma abri. Foi assim. Mea culpa, já fiz. Mas tem o outro lado, da Paulista. Minha Mia, se foi. Mas volta.
Quero vê-la (mesmo sem ver, mas) bem, de novo de onde eu lhe tirei. No meio da gataria.
(...)
Não precisava tanto para sorrir: uma mão para segurar.
Demorei a assumir o meu lado vingativo. Tirando ele: quase um amor.
(...)
O que queria era, sim, legitimar o sentir familiar.
Inclua-me fora dessa e essa era eu a pedir. Mas não, quereres de um querido eram maiores que uma bola de ping (e) por sempre ser jogado precisava de um querer assim, aí se pegou em cada roubo, com pessoas com outras e sem falta e foi.
E eu, ao abrir uma janela querida, vi seus olhos despertarem ao sim. Antes, o não era tudo. O velho não do velho seu, vê? O antigo faz assim até com conhecidos e nãos: gosta de secos, em-fins. E nessas, por querer ser sim, eu-mim tomo banho gelado e sem razão. Diz sim-sim e sou não-não.
(...)
Mas às vinte e quatro horas ela voltou, ouvi seu sininho ao longe, chamei-lhe Mia, ela veio como uma bala com rabiola preta.
Depois se lambeu da rua, devorou um potinho, com vontade, e dormiu no pé, até o dia seguinte.
(...)
Eita ferro.
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