Roxo
Passa o centro pra trás. Eu quero passar, mas não quero que isso me aflija. Que tristeza imensa eu sinto nesse fim de tarde. A incerteza do amanhã, sendo ele amanhã mesmo. Será que vou, será que fico. Disseram que seria o fim. O meu, ali. Mas nada fiz. Tenho muito mais fé no meu taco do que em qualquer santo de pau. Mas peço a são jorge, para que cuide disso para mim. Delego.
Por que existem essas coisas. Não pego. Qual o prazer.
Onde andam aqueles de lá. E os de cá. De repente você percebe que nasceu sozinha e que isso é algo que você deveria ter descoberto antes muito antes dos dez. Mas aqui está, já feita, chorando no canto e pelos vários de que é feita a sua casa. Sua, vírgula.
Nada do que tem é seu. Ainda não. Nem esse corpo, o qual, aliás, nunca o foi. Teve sempre mãos sobre ele, dentro da pele, fazendo graça para chamar atenção.
A vontade de morrer no banho não foi boa o suficiente para levar-me ao box. E pasmo ao ver o relógio caminhar em voltas e já é amanha e, hoje, mais um dia meu que perco por ser idiota. Ser estúpida: qualquer pasta me faz tremer.
Deve ser o frio. Nunca funcionei na neve. Somente com correntes. Sou pneu da vida sem vida.
Tantas palavras na mente. Preciso de papel, do barulho da grafite. Expulsar o barulho de dentro de mim. Esquizofrenia.
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