15 de jun. de 2006

Somente vivo entrelinhas: talvez devesse ser mais exposta, em pequenos pedaços. Sereia eu, seria. Fritaram-me. Bolinhos de ais: ai de mim ou mandioca. Especiaria de índia, em postas. Mil linhas enredadas pegaram-me. Aí: garras de arame na boca, violino, anzol, o canto que seria meu, em pílulas, inflou.
Em ameaça: dobro de medo. Sereia de joelhos sobre a vara. Tremo qual uma verde.
Imatura forma de laço no rabo: peixinha de madame.
Dai-me paciência. Santo, preciso da palavra que me dá.
Cruz ela, te encontro, muda fico, raízes na areia que nos move.
Pêlos negros se luta, carne clara em exposição sobre o gelo para não estragar. Partem-me, sem sangue, e depois bóio de lado. Olhos vidrados que comiam e se quebraram por fim: mão única de filha solteira que nada nada nada. Peixe sou.

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