13 de out. de 2025

 

12/10/2025

 

E você não me chamou.

Era o esperado de você.

Seu burguês sem nome.

9 de out. de 2025

 

Eu fico esperando o momento e a ansiedade bate

Vontade de sair correndo e não voltar mais

Ou de fazer mil abdominais

 

Desde que comecei o tratamento mudanças ocorreram.

Deixei de ser esqueleto

Passei a viver e existir e voltei a ter corpo.

 

Uma possibilidade de vida

Comecei a concretar

Não mais castelos de areia

 

Hoje tenho estrutura

Sinto-me forte como nunca

Crente no amanha como sempre

Mas agora com base

 

Olho pra tras e vejo sim o que já construí

Eu acho que eu fiz o que eu quis

E ok agora me assentar

 

O fruto precisa de estrutura pra crescer melhor

 

Eu não tive, acho

 

Mesmo estando plantada no mesmo lugar

Era russia

(sera por isso que ela quis aprender a língua?)

 

Tenho minha rotina

Cada vez melhor

 

Mas não posso me perder

Se me labirinto, já foi

 

(ah)

Ontem foi dia de ir dormir 1h da manhã

Por ausência de ter feito direito

(mesmo tendo feito)

(tem dias que o melhor é bem aquém)

E tudo ok.

 

Amanha vai ser lindo

 

(eeh)

Essa fé no amanhã já me fez viver muito <3

 

Sábado eu poderia te ver cantar

Mas acho que você, de novo, vai preferir perder esse pretexto

Por uma serie de razoes, menos a de não querer que eu vá.

Porque eu acho que você adoraria me cantar uma vez mais.

 

Antes você se escondia atras de um violão invisível

Hoje você fica estático

Mas ao andar, tem um doce balanço

Que poderia te trazer para mim

mar

que coisa mais linda.

 

Eu, coisifico.

O símbolo do que eu nunca tive e nunca terei.

Mas não era você

 

Nem sei se tenho ainda a capacidade de te dividir do que eu nunca terei de quem você é.

Quien sos?

 

Creio que não possa fazer mais nada por você.

Exceto esperar, como sempre

Mas não pra sempre.

E nem mais piamente

 

Te espero hoje como quem não gosta do frio espera o inverno

(é quase um não-esperar)

(mas ainda tem aquela coisa)

 

Viu, te coisifico quase sem querer.

 

Mas tem algo ainda ali pra ser vivido

(só acho)

 09/10/2025


O silencio que sinto dentro de mim

Não vem de um oco

Vem de um lleno

 

Sou recheio de vida

Como quando tinha vida em mim

Literal

 

Tenho vida em si

 

Bom poder escutar o silencio em mim

O liquido escorrendo por dentro

A cor da vida adentro

 

Não perco mais um minuto

Não perco mais uma vida

 

Sou eu eu eu mim mim mim

 

E que bom escutar o silencio dentro de mim.

Paz.

 

E se me perguntar, digo: preferiria não.

1 de out. de 2025

 01/10/2025

(a)

A promessa era de paz

Mas como dar aquilo que não se conhece

Conforme eu for sabendo de que se trata

Prometo ir entregando-a

Pode parecer qualquer nota, mas com esse histórico, te garanto, vale ouro.

 

(b)

O ouro que ele tinha nos dentes brilhava ao sol

Mas so se sorria

E ele sempre ria

E gargalhava

E o brilho ui me cegava

 

Cegou tanto que eu nem vi o esquema armado de jogo de espelhos e luzes

Era tanto brilho

Era tão lindo

 

Só fui saber depois de meses que ele já tinha partido

Era so eu e a ilusao

E nem dentes ele tinha

 

Sério.

Sem estudos, sem dentes, sem cérebro.

Só espelhos e luzes.

E um desejo de ver brilho ao sol.

 

01/10/2025

Hoje dei um fim em todos.

Foi vrau

Saí de foice

Não voltei a cabeça nem pra ver como ficou

Foi lindo

Sangue por todo lado

E nem uma gota era minha 

<3 :)

30 de set. de 2025

(i)

Os meninos gritam ao longe, futebol.

Sera que são meninos?

Que sim.

 

(ii)

Eu poderia ser um fantasma se quisesse?

Não.

Se nos matamos, não sei o que passa.

Mas se somos assassinados, aí sim.

Um baixa o outro sobe.

 

(iii)

O som do gelo, do gim, do gesto que me deixou de lembrança.

É bom lembrar dos dedos juntos, dobrados, movendo-se para cima. Significa ação.

 

Será que um dia me esqueço?

E de apertar o lábio de baixo com os dentes de cima?

Como quem diz pordios.

 

Eu fico indo e voltando.

Minha cabeça e meu coração.

Brasil, Argentina, Brasil, Argentina, Brasil.

 

(iv)

Os taxis sempre peleando. Os transeuntes ofendendo.

As caras carrancudas das mulheres.

As saias curtas das meninas.

Os homens chiques como nunca vi homens chiques.

 

A enormidade de lojas de roupas masculinas.

Homens com homens,

Mulheres com mulheres

A vaidade que não combina com a depressão.

A opressão que não combina com a liberdade.

Daqui da varanda eu vejo o colégio

E essa arquitetura que me mata

 

O belo e o feio parados de mãos dadas esperando um clique que jamais virá.

 

Vocês não combinam.

E nem o céu orna.

 

Daqui eu ouço também os ruídos todos.

A serra que corta o piso, o carro que passa, a moto, as crianças gritam eeee!, os bombeiros. E às 6h da manhã toca a gravação de um sino na Igreja da Saúde.

 

O sino fake é tão São Paulo...

28 de set. de 2025

 Meu coração era tripartido: o de antes, o do corpo, o da mente.

O de antes sempre lá, como pano do fundo. Podia até nem partir um coração que de tanto que foi, já se entendia menor.

O do corpo, que acalmava – mas só se presente. E quase nunca estava. Não de alma.

Já o de mente, tinha a (c)alma toda. E o desejo de fusão de tudo, eu, você, o rato.

 

Inesquecível pra mim. Até que esqueci. Deles.

Lembrei. De mim.

 

Foi sentir as micropartículas de coração se juntando.

Estilo homem-areia. Sandman. Happywoman.

E (me) uno.

(A)o meu coração.

 

A paz voltou a reinar.

 Te ver de perto foi a melhor coisa que me aconteceu.

 

Ver a perfeição da barba, das cores, da textura. Sua barba macia. A sua barba clara.

Te vi de bem perto. E seus pelos, que saem pela blusa, por cima dos olhos, orelhas, que você tira e eles voltam a subir.

São heras.

Quase 20 anos.

Eu não resisti e minha boca foi pra sua.

Mesmo minha boca-proibida. Te mordi. Queria te arrancar algo. Ter-te meu, ali.

 

No carro, sua mão esquerda me buscou atrás e me encontrou. Sempre. (E eu lá sei fazer diferente?)

E você a segurou. Como se não fosse me soltar nunca mais.

 

De novo eu cri. E você me soltou. 

Mas sem grilos dessa vez.