Sonhos são sonhos que torno reais,
a arte de trazer pra cá o que é do lado de lá.
(...)
No banho deixei-me cair pelo ralo e seguir a corrente a meu favor
Sorridente
Por entre canos, tomei um. Chá.
Águas mornas. Rio claro. Chicotes de algas.
E cheiro de grama cortada.
(...)
Lembro das tardes na praia em que cortavas a grama do jardim
No verão, à tarde, chovia
E as pequenas graminhas se misturavam à água que caia do céu, no final de fevereiro.
Havia o zunido do cortador de grama, eternos zês unidíssimos que eu ouvia da rede, na varanda. Uma abelha gigante ou besouro.
E por lá também tinham os negros, cascudos e barulhentos, que moravam na planta verde de flor lilás que cobria o muro da divisa.
Lembro o medo do besouro enozar em meus cabelos infantis e, também, da história (de horror) do inseto que entrou no ouvido da filha do caseiro.
O mais patente, contudo, carrego até hoje: um amor pelo início do pôr-do-sol. Quando ele pega suas trouxas e se vira na direção de casa, indo.
No verão, às 18h; nos demais horários, as minhas 17h queridas e sua luz, seus laranjas e o calor do fio de sol que fecha ainda mais os meus olhos já pequenos de nascença.
6 comentários:
nem vou falar nada com medo de falhar.
gosto de seguir a corrente ao meu favor,entretanto confesso que descer pelo ralo,é um dos meus piores pesadelos hehe...
bj
Farfalhar? De folhas?
Ou o velho oeste, far far?
Ainda, poderia ser um conto de fadas: far far away.
Dã.
'Farfalhar de folhas'
não dá pra falar isso sem que se tenha todos os dentes da frente.
demais
Saudade, bro.
Sempre.
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