14 de out. de 2006

Sonhos são sonhos que torno reais,
a arte de trazer pra cá o que é do lado de lá.
(...)
No banho deixei-me cair pelo ralo e seguir a corrente a meu favor
Sorridente
Por entre canos, tomei um. Chá.
Águas mornas. Rio claro. Chicotes de algas.
E cheiro de grama cortada.
(...)
Lembro das tardes na praia em que cortavas a grama do jardim
No verão, à tarde, chovia
E as pequenas graminhas se misturavam à água que caia do céu, no final de fevereiro.
Havia o zunido do cortador de grama, eternos zês unidíssimos que eu ouvia da rede, na varanda. Uma abelha gigante ou besouro.

E por lá também tinham os negros, cascudos e barulhentos, que moravam na planta verde de flor lilás que cobria o muro da divisa.
Lembro o medo do besouro enozar em meus cabelos infantis e, também, da história (de horror) do inseto que entrou no ouvido da filha do caseiro.

O mais patente, contudo, carrego até hoje: um amor pelo início do pôr-do-sol. Quando ele pega suas trouxas e se vira na direção de casa, indo.
No verão, às 18h; nos demais horários, as minhas 17h queridas e sua luz, seus laranjas e o calor do fio de sol que fecha ainda mais os meus olhos já pequenos de nascença.

6 comentários:

Anônimo disse...

nem vou falar nada com medo de falhar.

katia disse...

gosto de seguir a corrente ao meu favor,entretanto confesso que descer pelo ralo,é um dos meus piores pesadelos hehe...
bj

Marcela Barbosa disse...

Farfalhar? De folhas?
Ou o velho oeste, far far?
Ainda, poderia ser um conto de fadas: far far away.
Dã.

Anônimo disse...

'Farfalhar de folhas'
não dá pra falar isso sem que se tenha todos os dentes da frente.

Anônimo disse...

demais

Marcela Barbosa disse...

Saudade, bro.
Sempre.