30 de jul. de 2006

Teleférico que nunca tivemos.
Eu no 12, ela no 3, do bloco da frente ao meu.
Seria perfeito, uma cadeirinha vermelha andante pra unir as casas, as coisas.
Como a idéia do telefone sem fio.
Helena e eu compramos mil metros de barbante e duas latas de Elefante, pra rimarmos de longe. Eu subi no meu andar e joguei a lata da Helena. Mas quem disse que ela conseguia acertar a janela do 3º andar. E o vizinho do 1º chamou até o síndico.
(...)
Seus pais, depois de alguns, ganharam uma herança (eram primos e ganharam os dois) e a Helena foi para o Morumbi.
Ligou pra mim uma vez só, de um telefone sem fio, e disse que tinha ganhado dos pais um carro. E que foi ela quem escolheu a cor. Vermelha, como o nosso teleférico invisível.
E disse que ele seria a nossa cadeirinha.
.
Nunca veio me visitar, depois eu também mudei (mês passado), mas continuo usando as mesmas linhas (barbante e 509-M).

Nenhum comentário: