Tudo feito de mentira tão grande, tudo. O que é real é o que eu vejo. Só isso. E eu sou hipermetrope e tenho astigmatismo e sonho, às vezes. Não suporto mais essas horas perdidas pelo ralo dos dias, olhando para um nada que brota do fim. Tudo é sim e não. E viver é o rito do não. E do sim. A ira peca por ser talvez.
Roda-moinho, grita.
Redemoinhos de fim.
Um trem que não parte não vem, sem nem um tom de cinza, de bala. Tudo fere, pelos lados, a gordura se espalha feito moto no fim de tarde. Rodopio por sobre o lar das moscas sem pena. Efêmeras vidas sobre o mar de iras. Cada qual no seu barco de talvez.
Braço que me falta. Pra onde vão. Peço que voltem. Onde foi a vida e o sentido que não tem, que ´tava aqui. Mas se não tem, logo, não foi e não volta e não vem e não é.
É mentira, como disse, tudo, tudo o que eu vejo.
Dor pela falta de olho. Cega pela dor que não tem. É raiva pura por se forçar a ter que passar por tudo de unha pintada. Pra onde foi a goiaba que o verme roia: sonhou. Vida e sentido. Virou doce e o gordo roeu. O rei matou, o rato quis um casaco naquele tom de goiaba. Dá. A tristeza de volta, pula a janela. Mas moro no segundo andar. Melhor assim, no quente: antes a dor doméstica do que os dedos para mim. Confundo mesmo quem sou, quem é? Dlindlon. Tim é o nome do pai, Tom, o rei do circo. Disse que vive na câmara do rei rato do coração de ti. Ele nem tchum. Tá. Qual é então.
Mameluca luta contra. Promete sumir enquanto houver tempo, leva o ácido feito para enlouquecer. Roda-lá-cá e age de menos. Promete fazer bem ao vini-vidi-vinci, Julio, pelas lentes da luneta. Querer bem ao largo do passo do palco de antes. Vida na manteiga: burro tu que insiste em ligar. Eu desligo pois sei das coisas que me envolvem. Se sei, sim, sou quem mata a mi a si a fá e tal quando nasço suicida negra. E quando parto levo outro cadáver no lombo. Um cego por querer.
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