12 de jun. de 2006

O menorzinho não tinha idéia do que acontecia. Estava em casa com o primo e passou a ouvir barulho.
Zum zum zum e “avô”.
Zum zum zum e vovô.
E, zupt, eles se foram, ambos: menininho pra casa do primo, avozinho pro céu.
Relembra daquele auê ruim que sentiu naquele dia onze, acha. Onze de algum mês que esqueceu. Ficou o zê.
As irmãs dele, aparentemente, nem aí. Talvez não fossem tão pequenas a ponto de se preocuparem com avô, mas ele sim. E, na casa do primo, ainda assim, ouvia o zum zum zum.
Morte em forma de abelha que picou pra sempre. Descobriu depois que foi por causa disso que ele nunca mais visitou o predinho com pleigraun. Sentia saudade, tanto da barbinha branca quanto do supermercado que ficava no térreo.
Engraçado como são as coisas: depois de uns anos passou pela mesma rua, hoje tem feira por lá, comprou um pastel e uma garapa.
Almoçou ao lado da lixeira e moscas sobrevoavam o céu.

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