21 de mai. de 2006

Estava na praia e brigamos. Saí pra andar e ouvi com incoerência, uma mulher tão linda e tão sozinha, e era eu enquanto você corria de nós.
Pedi, por favor, uma última e derradeira chance com gelo e limão. Durou o tempo exato de derreter no copo, sobrando a fruta azeda. Chegou e não deu. Talvez eu não tenha dado o tempo, chegado a tempo, ou tenha me atrasado bastante, anos, décadas, vidas.
Não basta mais o prazer de minutos da fumaça. Precisa de caixas - com vinte, pacotes - em padarias e lotes - de mim. Afirmo, antes das dez estarei na estrada. Espera-se conduta, leva-se pedra.
Se me jogasse no rio afundaria em um segundo. Bolsos cheios de peso. O cérebro leve, em forma de pasta, patê de neurose.
Sou a criança mais alta do jardim, mas estou de férias e isso é bom.
Teu rosto nem é mais tão espetacular como era. Muda eu, mudo ele, e cresci uma samambaia por dentro. Supero, espero, um pouco, o coração não altera sua música por nada, só por si, por samba, por xis que tritura as pedras do meu bolso, viram pó-de-rocha e eu, ainda que nas cataratas, bóio. E circundo os fatos e me despeço desse pequeno pano, mísero-sem-visão.

4 comentários:

Anônimo disse...

im-pres-sio-nan-te!

Marcela Barbosa disse...

Tudo parou. Mesmo. Sorriso de orelha a orelha.
Eeeee! :)

Anônimo disse...

O texto mais legal since ever.
Ele já te disse.

Marcela Barbosa disse...

lãviuól.