Não sei quando foi que eu deixei a poesia de lado.
Lembro de estar no flamengo e escrever escondida no chão do banheiro.
Entre sinos e incensos, eu consegui escrever. E entre vacas
e composteira e mel, também.
Foi depois só.
Sempre que me afasto do que me faz mal, eu volto a escrever.
Busquei vocês, tantos vocês. Eu queria tanto que fossem
felizes.
Mas que nada.
Quem sou eu pra querer o impossível?
...
Falei com o primeiro que eu quis de verdade.
Trocas inteligentes. Cultura. Poesia de novo.
E o encontrei tão tão tão lindo mas
tão tão tão triste.
Preso numa vida congelada.
A vida que ele nunca queria ter tido.
Lembro que a gente sonhava em viver na europa. Ele dizia das
margens do sena, eu dizia do sal das lagrimas (que nunca conheci).
Eu rodei um pouco o mundo. Vivi fora e vivo. E viverei ainda.
E ele, nada.
Literal/Metafórico.
Eu lembro que ele dizia que tinha o espírito livre. E como
eu acreditava. Eu o via (e o vi) (ainda que triste) como um cavalo indomado.
Mas era eu a indomada. Indomável. Que me deixo domar um pouco só. Por pouco
tempo. Pouco perto de tudo. Mas foram anos...
Me vejo livre. Corrente.
Te vejo (de) terno. Preso. Sufocado.
Mas o brilho nos olhos ainda ali. O mesmo brilho. Indomável.
Basta uma chispa para que a vida volte a arder.
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