15 de jun. de 2025

01/2023

 

Não sei quando foi que eu deixei a poesia de lado.

Lembro de estar no flamengo e escrever escondida no chão do banheiro.

Entre sinos e incensos, eu consegui escrever. E entre vacas e composteira e mel, também.

Foi depois só.

 

Sempre que me afasto do que me faz mal, eu volto a escrever.

 

Busquei vocês, tantos vocês. Eu queria tanto que fossem felizes.

Mas que nada.

Quem sou eu pra querer o impossível?

 

...

 

Falei com o primeiro que eu quis de verdade.

Trocas inteligentes. Cultura. Poesia de novo.

E o encontrei tão tão tão lindo mas

tão tão tão triste.

Preso numa vida congelada.

A vida que ele nunca queria ter tido.

 

Lembro que a gente sonhava em viver na europa. Ele dizia das margens do sena, eu dizia do sal das lagrimas (que nunca conheci).

 

Eu rodei um pouco o mundo. Vivi fora e vivo. E viverei ainda.

 

E ele, nada.

 

Literal/Metafórico.

 

Eu lembro que ele dizia que tinha o espírito livre. E como eu acreditava. Eu o via (e o vi) (ainda que triste) como um cavalo indomado. Mas era eu a indomada. Indomável. Que me deixo domar um pouco só. Por pouco tempo. Pouco perto de tudo. Mas foram anos...

 

Me vejo livre. Corrente.

Te vejo (de) terno. Preso. Sufocado.

 

Mas o brilho nos olhos ainda ali. O mesmo brilho. Indomável.

 

Basta uma chispa para que a vida volte a arder.

Nenhum comentário: