21 de abr. de 2008

fazia tempo que eu não pensava em você
fazia tempo que eu não chorava por você
aí resolvi me soltar pro mundo
mas hoje li as suas músicas

relembrei você
tocando o violão nas várias noites nossas
era eu chegando de carro e o seu sorriso lindo de olhos apertados, olhos azuis, lindos também e peludo, de camisa pólo e calça social. com seu cheiro de ser seu. abria o portão elétrico da casa clara e eu entrava naquele mundo que eu queria tanto entrar.

as mil flores laranjas caídas no chão, no meu carro, que deixava o preto todo sujo, colado de pétala. era bom.

a parati, o ar condicionado, o vidro riscado pelo limpador de pára-brisa.
tudo parou. voltei no tempo. agora você. documentários, carry grant, você trabalhando no escritório, te ouço cantar no chuveiro. o seu chuveiro forte, quente, água, os seus azulejos brancos, as toalhas iguais, gigantes como a cama. o seu quarto, o deck, o varal. ser humano. tomar café-da-manhã junto e rapidinho. estado de são paulo. suco de laranja, adoçante, xícara branca, levinha. fruta do conde, figo, arroz e alho-poró requentado no microondas. seu violão ao lado da cama, madrugada juntos. eu, de creme hidratante passado, banho tomado, amor feito, deitada na sua frente e pedindo pra você tocar.

fazia tempo que eu não pensava em você
fazia tempo que eu não chorava por mim
fazia tempo

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