(Um)
A roupa no varal e sente pena dela. Um vento...
Depois, do seu lado do vidro, mas ainda olhando pra fora pensa melhor. Pena nada.
Pra ela, férias no balanço. O frio não chega porque linha não é pele.
E além de ser plástico, prático, um quadro, sem muros, é pano dançante sem esquadros.
Então ele abriu a janela, deitou ao sol e dançou ao rei.
(Dois)
A roupa ri e para ao ver olhos por entre vidros, dois.
É janela e são óculos, num sábado lindo de ventar e ele ali tão s ó l i t e r á r i d o . . .
Sempre sabendo, mas por olhos cobertos e mãos quentes, como todo ele é. Cobre-o por todas as partes, sabe-o.
E nada se compara ao frio que hoje traz férias.
Depois, quase cansada de tanto badalo, refletiu no vidro que ao abrir mostrou o homem, jogado na grama, com olhos pro céu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário