10 de dez. de 2006

(i)
Ao aguardar o dia seguir
Ao aguardar o toque do peito sentir mais
Esperar
Tal qual senha em repartição.
Peguei seu nome quando nem sabia o que queria
Um querer em forma de instinto
Somos mamíferos

O mamífero dá a luz carregando criança por dentro, toma leite e é coberto de pêlo pelos lados.

(ii)
A cigarra barulheia
Seu histerismo está dentro de mim, minhas patas
Acendi o meu último cigarro mas não é hora de parar
Esse ardor auditivo dentro comendo meu cérebro, bebendo meus sucos
O dente da cigarra, a serra
Sabemos, eu e ela, que o som não sai da boca sua. Mas de onde?
O para-onde se endereça ao meu ser. É belo.

(iii)
Penso e não acho resposta para a pergunta que nos envolve.
Por que o medo da chave?
É um objeto sem cor, cheirando a ferrugem.
Você nunca tocou na minha.
Quando te peço para passá-la para mim (como sal em mesa) e você joga o guardanapo em cima dela e, só assim, me dá.
Seria maldição e eu não sei?

Sei que o sapo falante não podia contar à rainhazinha sobre sua condição. Ao jogá-lo na parede foi que ela viu garbo e elegância surgindo do sangue de sapo esborrachado no branco.
Eu retomo o meu temor seu.
Tremo de calor ao terminar o dia.
Amanhã, talvez, queiras ter a minha chave nas mãos e queira-me entrar sem sair.
Princípio.

(iv)
Homem que te quero barba ro
Sua que quero me molhar
Olha para mim
Eu espero a hora de ser sua mente corpo sal
Partitura
Por mim dura o tempo que o sentir dá

2 comentários:

katia disse...

as vezes ,fico imaginando: será que estas cabeças pensantes,conseguem parar de pensar? que criatividade maravilhosa dessa semana...

Marcela Barbosa disse...

:) (L)