Madrugada em pé de manhã, deitada, agora, com olhos arregalados.
E a menor noção do básico que lhe falta. E quando vem? E vem? A lucidez de negativo de amnésia, o completo saber exato de quem, onde, para onde, porque e mais.
Avança a hora e olhos transpassam um varal azul da mesma forma que eu atravesso a vida: irresponsavelmente
(...)
E Ricardo e seus cachos azuis. Idéias de ser marinho. Sem eira.
Levar-me às arraias, sorrir.
Ser em sons: erres, eu fui.
(...)
E ela seguia meu dedo enquanto eu o girava em frente a face sem dó, secreta, sem fala nem pensa se é.
Acompanhava com força e eu, hoje, quando falo, mexo as mãos e lembro da cara que era dela que, sem atentar às palavras, rodava os cabelos no ar.
(...)
Dor como a de tamborim que perde o reco-reco
E tive um troço, assassina-me
Roto no sovaco, te bato, mereces, malcriado
Ricardo-rei meu rei, da educação
tardia sombria, enquanto
volto eu pra te cozinhar e comer com óleo de canola, vendo você navegar, no vento amado, onde carrega o lenço que te comprei no centro da preciosidade
Maldade
Seca a razão, peço em ordem crono -de cor- lógica -que estudou e- mente -sua (sub) humana- urbana
(...)
Mais um final feliz: plantações que eu crio - cativeiro -
Engato-os, dou-lhes mãos entre si, enredeio, semei-os-laços comumente, engrosso a estatística. Definitivo: o perfil segue sendo o mesmíssimo, tudo no lugar.
E todas as noites encontro-te com cara de arqueiro, sorriso de canto, olhos cheios de quem dorme tarde, cabelos brilhantes e duros.
Mágica: o que faz com eles dá ar de ordem e, ao mesmo tempo, faz-te cuidadoso conosco e gratos somos e bastantes no noturno da festa espelhada em que olha só pra si.
Nenhum comentário:
Postar um comentário