Nesse frio de viramundo ficou olhando pela janela. E ouviu dizer que escreve como se tirasse fotos. Parabéns pra quem viu. Ouviu falar do aniversário número mil. E hoje é o seu primeiro ano.
Como da vez que não conhecia ninguém no meio daquele mundaréu de gente pequena e fez grandes pessoas de vida. Lembrou de ter chorado por se vir obrigada a sair do carro preto que os pais tinham. Mas saiu e, no final do dia, até que gostou. Notou que o seu telefone é hoje repleto dos nomes antigos, desses do primeiro, até hoje. Nome de nome-e-sobrenome. Lia Santos, Vitor Brandão.
É seu primeiro ano, como da vez que, já de ônibus, entrou no meio daquela gente grande, andou pelos prédios velhos e não entendeu nada. Se questionou dos porquês que a idade lhe fez carregar sem voz por anos, até ali, e achou que amava. Então odiou tudo pra no fim, gostar. Mas não no mesmo dia e nem do mesmo jeito. Um verbo entre parênteses e que veio só depois que passou.
Hoje não é diferente ao ver o trânsito pelo vidro e o frio. Tira fotos, mais fotos. Gostou do que disseram. Lançou-se do terceiro andar para um tempo de primeiros anos.
Como aquele seu, que nem se lembra, mas que sabe que foi ele que lhe trouxe muita coisa que tem. Talvez os erros. Mas certos também vieram. Quando vivia em casa, nas tardes e nos dias, porque as noites eram feitas pra dormir cedo sendo colar de pai na cozinha.
Depois que as pernas ficaram cansadas, por virtude do muito ver, sentou. Mas o calor das imagens no negativo branco ainda estão ali.
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